quarta-feira, 29 de junho de 2016

Dos tempos 18: revolver...


Resultado de imagem para gaiola liberdade

É horrível se ver pelas lentes do outro, assim forjar-se uma imagem de quem tu és! Ah, a mais negativa possível. Aquela imagem escrota que nem merecia o status de ser humano, mas, enfim você reconhece, se identifica na lama, como escória putrefata. E não para aí. Você faz o mesmo com tudo em volta, é sim, projeta suas frustrações nos outros, no outro, nela. A batalha da vida posta. Os sentidos são desvendados, tal qual os abutres que farejam carniças à quilômetros. A vida é isso? Conviver é isso? Eu devo está mesmo numa bad! A bad do século! Eu estava tomando café e ela foi falando sem parar, disparou: você é arrogante! Chata! Insuportável! É difícil conviver com você! As vezes canso de ser humilhada e tenho vontade de ir embora. Me comparou com outra pessoa: você diz que ela é grossa?! E você? Briga sem motivos, leva tudo no peito, não tem senso de humor! Você deveria aproveitar seu estudo e melhorar esse seu lado! Você não é fácil! O que quer, morrer sozinha?! E foi assim, que a saga do meu comportamento esquizofrênico dos últimos dias foi cuspido na minha cara! Ela só faltou dizer que sou egoísta! Não, neguei nada. Confirmei! Eu não presto e pior tenho um comportamento destrutivo com tudo e todos a volta. Desconfio seriamente que não sei amar e reluto em ser amada, seja por quem for. Triste, porém confortável. Me isolo, fico em silêncio, não ouso a entrar nas redes sociais, aproveito o frio e ouço músicas, vejo filmes, leio, durmo, como e a vida basta. Também penso, mesmo sem querer, em tudo que sei sobre mim, alguns fleshs de memória do que me disseram ou ouvi nesses últimos dias brotam, e teimam em ficar, se contraem e expandem tipo enxaqueca de ressaca. Os retruco e os afasto, sufoco, não quero guardá-los, quero esquecer. Mas penso: faz análise. Tenho ouvido muito isso. Mas, para quê? Nunca simpatizei com isso, tenho pavor a estranhos! Pavor. Antes eu achava que quem tem amigos não precisam de analista. Quem gosta de escrever também não. Quem tem mãe também não. Mas, não está funcionando mais. Porém, me recuso, chego a odiar essa ideia. Nunca tive medo do desconhecido como algo novo, experiência nova e desafiadora, mas em relação a isso, sempre fui reticente. Pergunto: o que temo? Que me faça bem? Que eu fique dependente? Que finalmente eu encontre o caminho do meio e cresça e abandone todas as amarras que me sufocam agora. Tatuei um passarinho no braço, e ainda quero um balão, ambos sinalizam a liberdade, a esperança, se achar sem destino, só viver, sem esperar nada, de nada, de ninguém, só presenciar. Mas, ainda estou na gaiola, a portinhola ta aberta, mas estou encostado nas grades, triste, amofinado,  só...eu sei de tudo isso...Eu voltei pela quarta vez lá, naquela ilha, e me dei conta que sempre ocorre algo de muito ruim quando lá estou, cheguei a comentar o quanto isso me incomodava e como não sabia o que me deixava tão transtornada. Todos gostam de lá, do clima, dos ares e possibilidades. Não, que não goste, eu gosto bastante, mas lá eu vejo pessoas que simplesmente revoltam a  minha existência só por existir! Isso é patético e óbvio ao mesmo tempo para um sonhador. Lá o passarinho ver borboletas e questiona sua beleza, sagacidade e se pergunta, enfaticamente, e por quê só você que não avoa? Atordoado em si, moribunda na gaiola pesada que comprime os restos da paz. Para sua sorte, ela é uma flor, e seu coração, abrigam ela, o passarinho e mundo, com um altruísmo selvagem, que nos dá medo e rende lágrimas. O que está certo? Nada, a vida, que segue, entre mau trados e bondades. 

Algo de Bia, algo de Joana, algo de algo...

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