Através desse espaço compartilharei inquietações criativas. Músicas, poesias, frases soltas, resenhas de A à Z. Viagens sobre a interpretação que faço do mundo. Abertas ao julgo de todos.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Dos tempos 14.
Beber café se tornou angustiante.
Olhei fixo e perplexo para aquele líquido ralo dentro da caneca. Eu vi seus
olhos negros, de um brilho opaco, distante, perdidos e angustiados dentro do próprio
tormento de si. Eu te vi naquilo que mais me aquece e conforta ultimamente. Triste
é que parece que a tua doença me infectou. Pois a única verdade é que nunca
gostastes de café. E a sua descrição do hálito do outro de café me causava ânsias
de vômitos em outrora. Mas, era o mesmo descaso e frieza de agora. É eu não te
culpo e nem poderia, o engano foi todo meu. Sim, sim aquela canção “Meu erro
foi crer que está ao seu lado bastaria...”. Nada basta se não existe mais amor.
Nem carinho. Nem piedade. Nem culpa. Nem dor. É fatal. É visceral. É humano. Perder o interesse. É humano, mentir
e manipular os próprios sentimentos. Cinicamente nos foge o controle não é
mesmo? E aqui cabe bem a frese “não estava nada planejado”...e não estava
mesmo...quiçá a desfaçatez e nada mais.
Erros e tentativas de Marcio.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Dos tempos 13.
É possível brincar com fogo e não
se queimar? Rs...até conhecer Alexandra, eu achava que não...mas desde a
primeira vez que ela apareceu disposta a brincar sem se queimar eu passei a
acreditar nisso! Não sei, mas mesmo ela sendo o oposto do que eu sou, às vezes,
é surpreendente, como eu consigo escondê-la e depois voltar a ser eu. Sem
graça, sonsa...sem cor e sem sabor! Já ela, é intensa, vibrante, multicor e bem
saborosa...a como é! Porque ainda sinto seu último gosto na minha boca, ela
desperta uma mistura de café, cigarro, uísque barato, chocolate e
coca-cola...tudo junto! Seu cheiro transborda suor, bem mais que perfume, e não
é suor seu...é suor misturado dela com outros...algo que induz a gozo,
prazer...sexo, muito sexo sem pudor, sem moral e bem gostoso! Eu não sei o que
lhe dá, mas num ínterim muito tênue, eu não sou mais eu e ela me invade, toma
conta e me transborda! Quem não a conhece, até eu mesma, quando volto a mim, a
considero vulgar, puta, insana, inconsequente...mas ela é simplesmente leve,
livre e com toda malícia se faz límpida, transparente, natural, cativa e
encantadora. Ela simplesmente é! É feliz, é bela, é sexy e linda! Porque ela se
vê assim...e a imagem que eu e os demais fazem dela...não a abalam, não a
afetam...ela não passa por a gente, ela causa, ela dança sem som no ar...se
remexe da cabeça aos pés em cada passo que dá...e isso, abala!!! Abala o chão,
o ar, as pessoas e tudo mais em volta...e isso de cara limpa, sem maquiagem ou
pó, sem roupa decotada e sem pernocas torneadas! Fisicamente, ela nem chama
atenção é e não é a mulher brasileira cheia de curvas, mas sua áurea é a
chama!!! Ela é o fogo e queima tudo envolta, exceto eu, eu sou imune as suas
labaredas e isso me irrita!!! Essa duplicidade, essa cortina de hipocrisia...eu
minto para mim mesma e nem a admito para ninguém além de mim!!! Eu escondo e
sufoco a única coisa que ainda me mantém viva. Ela. E só ela, Alexandra!
Por Madalena.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Notícias
"Não sei por que, não sinto falta do sol,
só sei que o vento frio daqui,
fez quietar,
a poeira do passado.
O passado era um nó estrangulado,
num peito só,
que em voltas,
girava e se perdia embasbacado.
Sim, lhe soava insano,
a falta de chão e de esperança
no olhar.
É verdade, que não chovia,
nem ventava como agora.
E lá, o sol brilhava,
lindo, vivo, transbordante
com tanto fervor,
até nos fins da tarde,
sua despedida castigava-me
feito balsamo em tela frescor,
de pinceladas de Van Gogh.
Acelerava e sorria,
mas também chorava,
dentro da triste fantasia.
E agora? Mesmo sem sol,
mas nem por isso com menos
suor,
o calento amanhecia.
E de tempos em tempos,
a lenda, no peito pulava,
pulsa firme e tenra,
de alegria!
Adeus é um Deus,
permeado de magia!"
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Dos tempos 12.
É verdade, o dito popular que diz que o tempo cura tudo e
faz esquecer também. Eu acrescentaria que o tempo e a distância mata a dor, a
saudade e até a lembrança. Lembrança que antes, quando respirávamos o mesmo ar
era tão constante. Agora, depois de tantos anos que passaram e com o acúmulo da
idade, a imagem da jovem Duda Duarte é cada vez mais pueril. A bem da verdade é
que depois que eu soube que ela havia se mudado do país, aquele resto de
sentimento, do primeiro amor foi teimando em desaparecer – aos poucos é verdade.
Eu casei, constitui família, mergulhei no trabalho e quando ela aparecia
sorrateira na minha memória, meu peito comprimia no compasso das lembranças. É
verdade não durou muito, mas foi intenso, por acaso – e eu sempre gostei do
acaso! Hoje quando a lembrança vem, me pergunto, será que tudo seria diferente
ao lado dela? Será que teríamos filhos? E será que estes já teriam nos dado
netos? São tantos ‘serás’ que nunca terão respostas, porque o que não foi, não é
e nunca será? Este será derradeiro sim é certo!
João Jorge
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Dos Tempos 11.
Eu nunca soube nada da vida. Eu sempre soube pouco da vida,
muito pouco, quase nada. Porém você cresce e o peso de viver cresce junto, como
se você tivesse, no sentido de ser obrigado a saber algo sobre a vida. E para
quê? Para fazer escolhas, para seguir em frente, para se culpar menos se algo
der errado, para receber aquele parco respaldo da sociedade a sua volta: caso
siga estes passos esperados, não decepcionará a ninguém, nem a você mesma,
porque há esta altura do campeonato, certamente você já foi intimamente
sucumbida por todas as pressões (externas e internas). Ah, mocinhas e mocinhos
de plantão, nem adianta gritar, fica a dica: se correr o bicho pega, se ficar o
bicho come! Esta é a exata hora do beco sem saídas! Oras, que tal virar homem
aranha e escalar o muro, ou, criar asas e voar feito a borboletinha que você na
adolescência viu sair do casulo e esperou, do fundo da alma, que crescesse e não
se limitasse a pousar nas nuvens dos céus!?! Sonho meu, sonho meu. Será que
viver é deixar de sonhar, ou, será que para viver eu tenho que parar de sonhar
e me concentrar? Não sei, não sei. Mas, sinto, que agora com 19, tudo que eu
queria era voltar a ter 15, 16, estourando 18 (que por sinal, foi o melhor ano
amoroso da minha vida até aqui, arrisco até, que foi com esta idade que conheci
o amor recíproco, que amadureci sentimentalmente e que descobri que sim, valeu
e vale a pena seguir acreditando no amor, por mais que eu tenha me decepcionado
profundamente aos 19! Rs...a vida). Mas, veja e reveja, crescer de idade e de
maturidade, também requer, respeito consigo mesma, compreensão dos seus
momentos: é porque agora, não tenho mais o vovô por perto, nem meu pai, nem a
Madá...agora que estou morando em outra cidade, em outro estado, porque passei
no vestibular, sinto-me tão só, sem ninguém no mundo, e a saudade virou minha
companheira diária. Não sei se isso foi bom, mas agora dou mais valor as
pessoas, as ouço mais, as observo mais, as quero mais perto de mim pelo
instante que for! Minha relação com o seu Márcio melhorou muito, mesmo
distante, acho que agora ele deve está mais tranquilo em relação ao meu futuro:
estamos nos tratando com leveza, como diria a vovó, com ‘uma doçura fraternal
de dá até gosto’, rs!
Por Bia.
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Um 'parêntese' no meio da fuga!
"Bauman cita Anotele France, que afirma que: “sem as utopias de outras épocas, os homens ainda viveriam em cavernas, miseráveis e nus. Foram os utopistas que traçaram as linhas da primeira cidade... Sonhos generosos geram realidades benéficas. A utopia é o princípio de todo progresso, e o ensaio de um futuro melhor” (2007, p. 102)."
(Resenha de BAUMAN, Zygmunt. Tempos líquidos. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, por BASÍLIO, Márcio P. In: Sociologias, Porto Alegre, ano 12, no 23, jan./abr. 2010, p. 438-449).
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