quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dos tempos 12.



É verdade, o dito popular que diz que o tempo cura tudo e faz esquecer também. Eu acrescentaria que o tempo e a distância mata a dor, a saudade e até a lembrança. Lembrança que antes, quando respirávamos o mesmo ar era tão constante. Agora, depois de tantos anos que passaram e com o acúmulo da idade, a imagem da jovem Duda Duarte é cada vez mais pueril. A bem da verdade é que depois que eu soube que ela havia se mudado do país, aquele resto de sentimento, do primeiro amor foi teimando em desaparecer – aos poucos é verdade. Eu casei, constitui família, mergulhei no trabalho e quando ela aparecia sorrateira na minha memória, meu peito comprimia no compasso das lembranças. É verdade não durou muito, mas foi intenso, por acaso – e eu sempre gostei do acaso! Hoje quando a lembrança vem, me pergunto, será que tudo seria diferente ao lado dela? Será que teríamos filhos? E será que estes já teriam nos dado netos? São tantos ‘serás’ que nunca terão respostas, porque o que não foi, não é e nunca será? Este será derradeiro sim é certo!

João Jorge

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Dos Tempos 11.


Eu nunca soube nada da vida. Eu sempre soube pouco da vida, muito pouco, quase nada. Porém você cresce e o peso de viver cresce junto, como se você tivesse, no sentido de ser obrigado a saber algo sobre a vida. E para quê? Para fazer escolhas, para seguir em frente, para se culpar menos se algo der errado, para receber aquele parco respaldo da sociedade a sua volta: caso siga estes passos esperados, não decepcionará a ninguém, nem a você mesma, porque há esta altura do campeonato, certamente você já foi intimamente sucumbida por todas as pressões (externas e internas). Ah, mocinhas e mocinhos de plantão, nem adianta gritar, fica a dica: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come! Esta é a exata hora do beco sem saídas! Oras, que tal virar homem aranha e escalar o muro, ou, criar asas e voar feito a borboletinha que você na adolescência viu sair do casulo e esperou, do fundo da alma, que crescesse e não se limitasse a pousar nas nuvens dos céus!?! Sonho meu, sonho meu. Será que viver é deixar de sonhar, ou, será que para viver eu tenho que parar de sonhar e me concentrar? Não sei, não sei. Mas, sinto, que agora com 19, tudo que eu queria era voltar a ter 15, 16, estourando 18 (que por sinal, foi o melhor ano amoroso da minha vida até aqui, arrisco até, que foi com esta idade que conheci o amor recíproco, que amadureci sentimentalmente e que descobri que sim, valeu e vale a pena seguir acreditando no amor, por mais que eu tenha me decepcionado profundamente aos 19! Rs...a vida). Mas, veja e reveja, crescer de idade e de maturidade, também requer, respeito consigo mesma, compreensão dos seus momentos: é porque agora, não tenho mais o vovô por perto, nem meu pai, nem a Madá...agora que estou morando em outra cidade, em outro estado, porque passei no vestibular, sinto-me tão só, sem ninguém no mundo, e a saudade virou minha companheira diária. Não sei se isso foi bom, mas agora dou mais valor as pessoas, as ouço mais, as observo mais, as quero mais perto de mim pelo instante que for! Minha relação com o seu Márcio melhorou muito, mesmo distante, acho que agora ele deve está mais tranquilo em relação ao meu futuro: estamos nos tratando com leveza, como diria a vovó, com ‘uma doçura fraternal de dá até gosto’, rs!


Por Bia.