Eu nunca soube nada da vida. Eu sempre soube pouco da vida,
muito pouco, quase nada. Porém você cresce e o peso de viver cresce junto, como
se você tivesse, no sentido de ser obrigado a saber algo sobre a vida. E para
quê? Para fazer escolhas, para seguir em frente, para se culpar menos se algo
der errado, para receber aquele parco respaldo da sociedade a sua volta: caso
siga estes passos esperados, não decepcionará a ninguém, nem a você mesma,
porque há esta altura do campeonato, certamente você já foi intimamente
sucumbida por todas as pressões (externas e internas). Ah, mocinhas e mocinhos
de plantão, nem adianta gritar, fica a dica: se correr o bicho pega, se ficar o
bicho come! Esta é a exata hora do beco sem saídas! Oras, que tal virar homem
aranha e escalar o muro, ou, criar asas e voar feito a borboletinha que você na
adolescência viu sair do casulo e esperou, do fundo da alma, que crescesse e não
se limitasse a pousar nas nuvens dos céus!?! Sonho meu, sonho meu. Será que
viver é deixar de sonhar, ou, será que para viver eu tenho que parar de sonhar
e me concentrar? Não sei, não sei. Mas, sinto, que agora com 19, tudo que eu
queria era voltar a ter 15, 16, estourando 18 (que por sinal, foi o melhor ano
amoroso da minha vida até aqui, arrisco até, que foi com esta idade que conheci
o amor recíproco, que amadureci sentimentalmente e que descobri que sim, valeu
e vale a pena seguir acreditando no amor, por mais que eu tenha me decepcionado
profundamente aos 19! Rs...a vida). Mas, veja e reveja, crescer de idade e de
maturidade, também requer, respeito consigo mesma, compreensão dos seus
momentos: é porque agora, não tenho mais o vovô por perto, nem meu pai, nem a
Madá...agora que estou morando em outra cidade, em outro estado, porque passei
no vestibular, sinto-me tão só, sem ninguém no mundo, e a saudade virou minha
companheira diária. Não sei se isso foi bom, mas agora dou mais valor as
pessoas, as ouço mais, as observo mais, as quero mais perto de mim pelo
instante que for! Minha relação com o seu Márcio melhorou muito, mesmo
distante, acho que agora ele deve está mais tranquilo em relação ao meu futuro:
estamos nos tratando com leveza, como diria a vovó, com ‘uma doçura fraternal
de dá até gosto’, rs!
Por Bia.