sábado, 24 de dezembro de 2016

O poder mágico do café!


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...mal acordada brotam lágrimas diante das cores da TV. Talvez seus sons, algumas mensagens afetivas de natal, um sorriso marginal que despertou alguma lembrança ou sonho de dias melhores. Agarrei-me ao terço da minha mãe, velho, castigado, marrom e tão forte. Não por ter fé, tenho pouca, mas pela sensação confortável daquelas contas passando pelos meus dedos finos e lentos. Ao certo a incerteza de por quê isso e de pronto mais lágrimas e paz. Sinto uma exortação, um esvaziar do próprio vazio momentâneo. O trânse é interrompido por mais vozes da mãe dizendo algo sobre a cozinha e cozinhar, da TV falando coisas que não me detive. Respondo algo que também escapam aos sentidos. Penso no poder do café, mal acordada e volto ao banheiro, arranco as roupas e canto, um canto meu, uma invenção qualquer, algo que gravo e sigo inventando o quê chamo de música. Isso alegra e preenche, pois arromba as portas dos meus sonhos mais íntimos, profundos, genuínos ao passo que bobos. O quê se busca encontra-se eternizado em si, tal qual um poder mágico. 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Registro

Estraguei tudo. É só o quê sei fazer isso. The end. 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A cena


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Não sei porque, mas sempre em movimento, em trânsito como epicentro. Estava andando pela rua distraída, sem muito me deter a nenhum pensamento, segurava um livro que estava lido até a metade, tinha acabado de atingir a página 150, 50 laudas só no consultório médico.  Meu objetivo era chegar a banca de revistas. Nos esbarramos, o livro caiu das mãos, nos abaixamos para pegá-lo e nesse ato nos entre olhamos pela primeira vez, ali vi um brilho intenso e dissemos ao mesmo tempo “desculpa”. Levantamos e acenei com a cabeça um sim, de tudo bem, nos demos as costas e logo viramos, também ao mesmo tempo, as cabeças para trás, mesmo os nossos corpos indo, os nossos olhares tramavam ficar um pouco mais. Milésimos de segundos, tempo suficiente para eu me apaixonar (não posso falar por ela, mas penso que foi recíproco). Parei e me voltei em sua direção, ela viu e parou ao meu sinal. Troquei algumas palavras dizendo ela que meu gesto parecia loucura, mas mesmo assim eu iria arriscar e pedi seu número de WhatsApp. Não existia mais coração em mim, mas um liquidificador velocidade máxima, não deu para conter o suor frio e as mãos trêmulas, algo bem primeiro amor, desses que falta oxigênio no cérebro e dificulta o processamento das ideias. Outros milésimos de segundos, verdadeira eternidade.  Ela disse “tudo bem” e foi dizendo o número. O nervoso aumentou e mesmo com as vistas embaçadas conseguir digitar e salvar na minha agenda. Nos despedimos com o meu obrigada e sinalização de que a mandaria uma mensagem. Dali em diante a euforia e o medo me invadiram, com mil “sis” na cabeça e o coração galopante. Esqueci da banca de jornal, entrei em um jardim, avistei uma sombra e sentei embaixo da árvore. Precisava respirar.