“...é que arde o medo, onde o amor ardia...” (Viajante, Ney
Matogrosso)
Senti minhas partes íntimas piscarem contraídas em si,
involuntariamente. Músculos! Como podem agir por conta própria e sem contexto?
Sem mirar objetos de desejos? Sem nenhum estímulo criativo? Será que assim como
a pele flácida das minhas pálpebras essas outras partes minhas igualmente me
fogem? És fuga ou escape? As partes se rebelam e me escapam de sentidos. É mais
espantoso do que espetacular! Sempre me assusto com esses golpes corpóreos – meus
pequenos e grandes lábios contraídos involuntariamente e reverberando nas pregas do meu cú!
Totalmente obsceno! Você sabe o que é isso? Não jogue pedras, caso não saiba!
Me é totalmente obsceno.
“...tirado os panos das paredes com todos os disfarces, tudo
fica feio...” Caio F.
Sinto esse constante pulsar na vulva, como se quisesse
expulsar algo que nem sei (o que é). Continua seca o que reforça o involuntário
do ato, indesejável, persistente.
Treme, treme, treme-se toda. Cachorra epiléptica...late,
late, late sem raiva, sem tapa, só eu ouço e o resto escapa. Bach, Bach, Bach
acalma essa danada! Que só Jazz, que só Jazz...descontrolada, diz o que eu não
quero saber!
“...qualquer coisa intensa como um grito...” Caio F.
Inspirado em: Sobre sete, documentário de Bruno Polidoro.
2013.
Imagem de Gustave Courbet, A origem do mundo.
Um dia depois, de passados um ano! Feliz coincidência!
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