quinta-feira, 25 de junho de 2015

Escatológica!





“...é que arde o medo, onde o amor ardia...” (Viajante, Ney Matogrosso)

Senti minhas partes íntimas piscarem contraídas em si, involuntariamente. Músculos! Como podem agir por conta própria e sem contexto? Sem mirar objetos de desejos? Sem nenhum estímulo criativo? Será que assim como a pele flácida das minhas pálpebras essas outras partes minhas igualmente me fogem? És fuga ou escape? As partes se rebelam e me escapam de sentidos. É mais espantoso do que espetacular! Sempre me assusto com esses golpes corpóreos – meus pequenos e grandes lábios contraídos involuntariamente e reverberando nas pregas do meu cú! Totalmente obsceno! Você sabe o que é isso? Não jogue pedras, caso não saiba! Me é totalmente obsceno.

“...tirado os panos das paredes com todos os disfarces, tudo fica feio...” Caio F.

Sinto esse constante pulsar na vulva, como se quisesse expulsar algo que nem sei (o que é). Continua seca o que reforça o involuntário do ato, indesejável, persistente.

Treme, treme, treme-se toda. Cachorra epiléptica...late, late, late sem raiva, sem tapa, só eu ouço e o resto escapa. Bach, Bach, Bach acalma essa danada! Que só Jazz, que só Jazz...descontrolada, diz o que eu não quero saber!

“...qualquer coisa intensa como um grito...” Caio F.

Inspirado em: Sobre sete, documentário de Bruno Polidoro. 2013.

Imagem de Gustave Courbet, A origem do mundo. 

Um dia depois, de passados um ano! Feliz coincidência!



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