É verdade, o dito popular que diz que o tempo cura tudo e
faz esquecer também. Eu acrescentaria que o tempo e a distância mata a dor, a
saudade e até a lembrança. Lembrança que antes, quando respirávamos o mesmo ar
era tão constante. Agora, depois de tantos anos que passaram e com o acúmulo da
idade, a imagem da jovem Duda Duarte é cada vez mais pueril. A bem da verdade é
que depois que eu soube que ela havia se mudado do país, aquele resto de
sentimento, do primeiro amor foi teimando em desaparecer – aos poucos é verdade.
Eu casei, constitui família, mergulhei no trabalho e quando ela aparecia
sorrateira na minha memória, meu peito comprimia no compasso das lembranças. É
verdade não durou muito, mas foi intenso, por acaso – e eu sempre gostei do
acaso! Hoje quando a lembrança vem, me pergunto, será que tudo seria diferente
ao lado dela? Será que teríamos filhos? E será que estes já teriam nos dado
netos? São tantos ‘serás’ que nunca terão respostas, porque o que não foi, não é
e nunca será? Este será derradeiro sim é certo!
João Jorge
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